quarta-feira, 9 de março de 2016

Schopenhauer

A grande mestra do conhecimento é a humildade, e foi com o coração desprevenido que encontrei no livro de poesia de uma grande amiga a virtude mais sagrada a quem almeja encontrar a Senda genuína. Sem causar expectativas em mim disse que se tratava apenas de algumas linhas abstraídas do cotidiano lasso em que vivia. Ao abrir o livro deparei-me com o espanto a ponto de causar-me lágrimas. Tratava-se de uma grande poetisa. Quando ela voltou a falar comigo após ter deixado o país não pude esconder o delírio ao ouvir de sua boca leve a palavra "saudade". A experiência que carrego leva-me a crer que nunca se deve deixar de atentar às palavras, sejam ela as mais simples, que não era o caso, pois se tratava de um sentimento que alude à outros sentimentos mais profundos. Não sou filósofo, sou apenas um viajante das ruas que encontrou nos livros uma "fuga necessária", porém, ao deparar-me com a graciosa e bela mulher estava a ler um dos maiores filósofos da história: Arthur Schopenhauer. Fato esse que ajudou-me infinitamente na abordagem de assuntos profundos aos quais a Dama à minha frente propôs a elaborar. A vontade como representação, a analogia de Platão com o poderoso Kant deram à minha retorica a potência necessária a causar uma ótima impressão. A dificuldade de depurar os objetos individuais a buscar a priori o que há em si torna qualquer assunto plausível, desde que com a mesma humildade deixemos ser ouvidos, porque é extremante difícil elaborar tais teses. Mas a menina era tão humilde como ouvinte, e não interrompia a minha divagação enquanto não lhe desse a pausa espontânea. Deixou-me livre. A seguir, a moça de aspecto leve sorriu e disse: tu és humilde, hein, pois falaste que mal havia lido um ou dois livros de filosofia, agora faz um síntese tão acertada a cerca de um grande pensador. Fiquei comovido novamente, e a menina sorridente disse com os olhos que aprovara-me na sua fortaleza interna. As coisas de encaixam tanto que não dúvidas a respeito da beleza divina, que coloca os serem os movimentos, nos devidos lugares e instantes. Enfim, somos dois humildes que se encontraram nas estradas desprendidas, espontâneas, sem espaço para o efêmero. ives vietro

2 comentários:

  1. Começa muito bem: a grande mestra do conhecimento é a humildade :)Grande abraço. Gostei muito do post.

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  2. Opa, Ives
    Sensacional seu texto, arrase sempre, viu?

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